As sessões de 2014 serão sempre às quartas-feiras, no auditório do CSE

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

LA CIÉNAGA
O Circuito de Cinema Latino-Americano e Caribenho (CIRCULA) Alí> Primera, do IELA, apresenta na próxima quinta, dia 18/06, às 18h30min, no> Auditório do CSE/UFSC, mais um filme que discute a temática latino-americana.

La Ciénaga, dirigido pela estreante Lucrecia Martel, usa uma série de episódios aparentemente sem intercorrências, e uma sensação de perigo iminente na atmosfera para fazer uma declaração sobre a decadência da classe média argentina. As famílias são retratados em decomposição, sem muita simpatia, mostrando-lhes como racista, insensível, e auto-indulgente. A tela verdadeiramente pulsa com a vida e a feiúra. Cada quadro é preenchido com crianças e animais correndo para dentro e para fora, latidos de cães, todos falando ao mesmo tempo, música aos berros, e da TV gritando algo sobre aparições da Virgem Maria. É quase como se a câmera estivesse inclusa em um encontro íntimo familiar, fazendo com que o espectador se sinta como um convidado em uma festa sem ser convidado. A narrativa (como é) é de cerca de duas famílias e seus filhos jogados juntos no final de um Verão quente sufocante, e como toda a gente traz as marcas de imprudência e desatenção: cicatrizes, queimaduras, contusões. Nada funciona neste meio, a piscina está muito suja, um menino perdeu um olho, o outro tem medo de histórias sobre cães, ratos, beber é excessivo e acidentes são uma consequência. A mãe (Mecha), é uma bêbada que apenas parece estar à espera do fim de enfrentar a vida na cama por 20 anos como sua própria mãe. Ela faz declarações racistas dirigidas para o seu servo, grita a sua própria filha Momi, (que parece estar encantada com o agente), e faz planos de vaga para ir à Bolívia para comprar material escolar para as crianças. La Ciénaga não é fácil de ver. É mal-humorada, sensual, atmosférica, quase insuportavelmente íntima, com um nível constante de ansiedade e tensão. Você pode sentir a construção de umidade em sua testa. O perigo está sempre perto, e da violência parece não apenas possível, mas provável. Há uma saudade indizível por algo, alguma coisa boa para acontecer para aliviar o vazio da vida. Lembrei-me de Tchekhov e Dostoievski. É quase Bunuelian no seu sentimento, mas, ao contrário de Buñuel, não é comédia de humor negro, só escuro. O pano de fundo tácito é a história recente da Argentina, um pesadelo interminável de violência política, a agitação social e do desastre fiscal. Só as crianças nos dão alguma esperança para o futuro. É um quadro interessante sobre a arrogância de classe com um final como mover-se como qualquer outro que eu já vi. (Howard Schumann)

O filme contará com a participação e apresentação do mestrandro em Economia, Vladimir Murillo pela UNAM - Universidade Autonoma do México

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